domingo, 10 de junho de 2012

Sindicato da Polícia Civil presenteia professores grevistas com feijoada

Categoria está em greve há 61 dias e elabora contraproposta para o governo.
Sindicalista diz que crianças brincam e professores jogam baralho na ALBA.


Os professores da rede estadual de ensino, em greve há 61 dias, aproveitam a tarde de domingo (10) curtindo uma feijoada doada pelo Sindicato dos Policiais Civil (Sindpoc), na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, onde estão acampados em esquema de revezamento desde o início do movimento. Marcos Maurício, presidente do Sindpoc, diz que o presente é em "solidariedade" e "irmandade" ao movimento.
De acordo com o coordenador-geral do sindicato dos professores (APLB), Rui Oliveira, a tarde "está legal" e conta com participação de cerca de 100 pessoas, entre professores e familiares. "Tem gente jogando baralho, paciência, crianças brincando. O pessoal da PC que mandou a feijoada", comenta.
Segundo ele, o evento estava programado antes do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) sobre a obrigatoriedade do Governo da Bahia pagar o salário dos professores grevistas, cortado desde abril. A Procuradoria Geral da Républica (PGE), que representa o governo, afirma que deve enviar o pedido de suspensão da liminar do TJ para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para Rui, a feijoada "serve também" para comemorar o resultado.
No sábado (9), o comando de greve iniciou a formulação de uma contraproposta, a ser votada na assembleia-geral da categoria, marcada para às 9h de terça-feira (12). Neste domingo, o comando deve encerrar a elaboração do documento.
Entre os pontos, já foram definidos os pedidos de revogação de salário em subsídio e o parcelamento de cerca de 16% (correspondente aos 22,22% do piso menos os 6,5% já concedidos pelo estado) durante este ano.
NegociaçãoA proposta feita pelo governo prevê reajuste salarial de 22% para aqueles professores que não têm ensino superior. Outros professores teriam os 6,5% aprovados na Assembleia Legislativa da Bahia, além de dois avanços, de 7 a 7,5%, nos meses de novembro deste ano e abril de 2013, respectivamente. O total seria de 22% para os professores que estão em atividade. No entanto, para ter direito ao aumento, os professores teriam que ter presença regular em cursos de qualificação promovidos pelo governo.
"Ela vai atingir 90% a 100% de quem está na ativa. Não estamos falando de provas, nós estamos falando de cursos de qualificação. Ninguém tem que fazer prova, tem que estar presente no curso, se qualificou para poder fazer jus a uma promoção", explica o governador Jaques Wagner.











O sindicato aponta, por outro lado, que a proposta não contempla os professores aposentados, em licença médica e estágio probatório. Afirma ainda que o governo estaria colocando cursos de qualificação no lugar da prova de desempenho, avaliação feita todos os anos, que concede avanços na carreira e aumento de salários a um número limitado de professores.
A categoria insiste na exigência do cumprimento do acordo de novembro de 2011, indicando que o governo se comprometeu a dar a todos os professores reajuste de 22,22%, estabelecido pelo Ministério da Educação como piso nacional do magistério. "Entedemos que não é preciso ter esse caráter [a promoção]. Que pode ser feito de forma automática, sem curso, sem nenhuma restrição", opina Marlene Betros, vice-coordenadora da APLB.
Movimento grevista
Os professores pediram reajuste de 22,22%. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria, em novembro do ano passado, que garantia os valores do piso nacional, e depois ignorou o acordo mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio. Na última terça-feira (29), conseguiram uma liminar da Justiça que determina o pagamento dos sálarios do mês de abril e maio, que estavam suspensos. O Governo da Bahia informou que iria recorrer da decisão.

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