terça-feira, 26 de junho de 2012

'Serve para refrescar a memória', diz jovem sobre recomeço de aulas na BA

Medida do governo começa a ser aplicada nesta segunda-feira em Salvador.
Cerca de 22 mil alunos podem retomar estudos no 3° ano do ensino médio.


Para o estudante Gabriel Costa, de 16 anos, o recomeço das aulas para o 3° ano, nesta segunda-feira (25), em Salvador, serve para "refrescar a memória". "Se a greve [dos professores] continuar, talvez terão que passar todo mundo. Não vai ter nota, não vai ter prova, as aulas são para preparação para o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] e vestibular. Quem não for fazer, como eu, serve para refrescar a memória, revisar os assuntos", avalia.
O ano letivo para o 3° ano do ensino médio foi retomado na manhã desta segunda-feira (25), ainda durante a greve dos professores da rede estadual de ensino, que já dura mais de 70 dias na Bahia. A decisão foi anunciada  pela Secretaria de Educação como plano emergencial e visa atender 22 mil estudantes que vão prestar os vestibulares e realizar a prova do Enem.
Gabriel Costa relata que a sala de aula da Escola Davi Mendes, na avenida São Rafael, estava cheia. "A turma era grande, quase 60 pessoas, com dois professores. Hoje não deram assunto, foi apenas apresentação. Falaram da greve e disseram que tinham muita experiência, rebatendo as críticas", diz. Afirma ainda que a presença de professores grevistas no início da manhã em frente à escola atrasou quase uma hora o início da aula. 
No Colégio Estadual Governador Roberto Santos, no bairro do Cabula, o movimento de alunos foi fraco. Das dez turmas previstas para o turno da manhã, apenas duas foram formadas, cada uma delas com 18 alunos. Uma das estudantes conta que ocorreram aulas de matemática, química e física. "Foram proveitosas, queremos dizer para os alunos que não compareceram, que venham, porque vai vale a pena", afirma (veja entrevista no vídeo ao lado).
Os professores disseram que estão empenhados na reposição de todo o conteúdo letivo até o fim do ano. Já os profissionais em greve realizaram manifestação na porta de algumas unidades. "Isso não resolve a situação. O pessoal não foi preparado para um trabalho específico de pré-vestibular", avalia a professora Edenice Santana, que se apresentou como pertencente ao comando da greve. 
Unidades
Dezenove escolas foram escolhidas para sediar as aulas. Para saber em qual unidade vai estudar, os alunos podem acessar o site da secretaria. Informativos foram disponibilizados na portaria de cada escola e nas portas das salas para orientar professores e alunos. Foram convocados 545 professores para ministrar as aulas. Eles atuam em estágio probatório e 706 contratados pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), além de profissionais que não aderiram ou que encerraram a participação no movimento.

Em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km da capital, 50 mil alunos estudam em 78 escolas da rede estadual. Do total, 4.592 estão matriculados no 3° ano. A greve paralisa as atividades em 43 escolas e, das demais, 13 funcionam parcialmente. De acordo com a Diretoria Regional de Educação (Direc), a reposição das aulas na cidade ocorrerão durante 16 sábados a partir de julho. Na cidade, 99 professores em regime Reda foram convocados para ministrar as atividades. Outros 55 que foram aprovados no último concurso da Secretaria Estadual da Educação também serão chamados.
Em Itabuna, a Direc do sul da Bahia afirma que oito das 20 escolas estaduais voltaram as aulas do 3° ano. Na cidade de Ilhéus, 35% dos estudantes do 3° ano voltaram a estudar. Dos 22 colégios estaduais, dez continuam sem aula, segundo a Secretaria da Educação. Na cidade de Barreiras, situada no norte do estado, das 15 escolas estaduais, 11 funcionam normalmente, informa o Direc local.

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