sábado, 28 de abril de 2012

Homem assassinado vestindo calcinha não era gay

Ivan era querido pelos amigos
A morte do funcionário da Delfi, terceirizada da Nestlê em Itabuna, Ivan Ramos dos Santos, de 28 anos, gerou revolta não só pela inocência, mas pelas dúvidas por conta de uma calcinha que a vítima vestia quando foi morto no domingo (22). Perguntas ficaram no ar sobre a sua sexualidade e também devido ao direcionamento dos tiros que acabaram matando Ivan.
As respotas o Agora apurou em uma entrevista exclusiva com a ex-mulher da vítima, a dona de casa Patrícia Teixeira de Souza, de 25 anos, mãe de dois filhos de outro relacionamento, e conviveu com a vítima por oito anos.
O rapaz foi assassinado com três tiros que lhe atingiram o peito e um nas costas deflagrado no momento em que ele tentava fugir. O crime aconteceu no bairro Jorge Amado, por volta das 21 horas. De acordo com as informações policias, Ivan estava acompanhado de outro amigo, o suposto alvo do assassino.
Inocência
Os vizinhos de Ivan Ramos destruíram a casa do assassino, queimando todos os móveis logo após o homicídio. Segundo Patrícia, essa atitude da comunidade aconteceu porque Ramos era inocente. Os motivos da rixa que o autor do crime teria com Ivan ocorreram há um mês, quando Ernesto foi acusado de pedofilia. O fotógrafo foi flagrado assistindo filmes pornôs com as duas filhas de idades entre oito e 10 anos, que posteriormente foram levadas pela mãe em função da acusação.
“Ernesto sempre foi uma pessoa tranquila, mas começou a ficar irado com as denúncias e, passou a olhar os meninos de forma estranha, como uma ameaça”, recorda Patrícia.
Um dia antes
De acordo com Patrícia Souza, ela estava em Minas Gerais, em uma cidade a 150 km da capital, quando o crime aconteceu. Ao chegar para o sepultamento, os amigos de Ivan relataram passo a passo como aconteceu.
“Os quatro amigos, Tiago, Carlinhos, Vagner e Ivan um dia antes, no sábado (21), foram curtir uma festa no salobrinho, bairro de Ilhéus, voltando só na madrugada, e resolveram não dormir para continuar bebendo e seguiram com a bebedeira até a noite de domingo, dia do crime”, explica.
À noite, depois das 18 horas, Patrícia informa que os amigos começaram a assar carne na porta de casa mesmo, local próximo onde Ernesto matou Ivan.
“Por volta das 20h30min de domingo, a cerveja tinha acabado, Ivan e um amigo foram comprar em uma mercearia perto de casa, aí quando estavam chegando, Ernesto estava na esquina olhando os meninos de forma ameaçadora”, relata.
Segundo Patrícia, naquele momento, Ivan por saber o motivo da raiva de Ernesto resolveu tirar satisfação, questionando o porquê daquele olhar. “Wagner ainda falou para Ivan, deixa isso pra lá rapaz, faz de conta que não tem nada, vamos embora”, diz.
Patrícia Souza, emocionada durante a entrevista, descreve que Ivan e Wagner seguiram com a caixa de cerveja e Ernesto se aproximou, sacou a arma e fez o primeiro disparo. Ivan mesmo assim tentou fugir, mas o fotógrafo estava decidido, e diparou o último tiro pelas costas. O operário morreu na hora, pois a bala atravessou na altura das costelas.
Calcinha
A morte de Ivan Ramos gerou uma grande dúvida em relação à sexualidade dele, até mesmo para as pessoas mais próximas, pois naquele domingo ele foi encontrado morto vestido com uma calcinha de cor preta. Mas, Patrícia Souza, ex-mulher dele, afirma que a vítima não era homossexual e, esse foi um dos motivos para ela procurar a reportagem do Agora. “Além da morte dele dessa forma, inocente, todos pensando que Ivan era gay, posso garantir que não era”, explica.
De acordo com Patrícia, Ivan apostou com o amigo Tiago, durante uma partida de futebol entre Corinthians e outro time, quem perdesse vestiria a calcinha, peça íntima comprada no dia da aposta. “Depois de vestir a calcinha, foi justamente quando eles foram comprar a caixa de cerveja, ainda um resenhando do outro”, esclarece.

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